Às vezes há profundas contradições no nosso mundo. Gostariamos de recordar e de enaltecer o Cardeal Jean Marie Lustiger e que faleceu em 2007 vitima de cancro. Tinha 81 anos, os seus pais eram polacos. Viviam em Paris quando ainda era novinho. O Exército alemão entrou em Paris e os seus pais permitiram e promoveram o acolhimento deste filho e da sua irmã por uma família católica de Orleans. A sua mãe foi capturada e enviada a Auschwitz. Tinha 13 anos quando na clandestinidade se converteu ao catolicismo. - "Não foi para escapar aos nazistas", diz ele. E sempre disse: “nenhum judeu podia escapar à conversão e tampouco a um trauma”. “Nasci judeu e sigo sendo judeu”. Para logo em seguida acrescentar que o “cristianismo era o meio para receber a luz”. Tendo ainda dito que “Não me custa admitir", disse ele, "no que creio nos cristãos chegou-me através dos judeus”. Em 1999, o Cardeal de Paris Jean Marie Lustiger participou na leitura dos nomes dos judeus de França que tinham sido deportados e assassinados. Quando chegou ao nome de Gesele Lustiger, fez uma pausa, os seus olhos encheram-se de lágrimas e disse: “Era a minha mãe”. Jean Marie Lustiger estava perto do Papa.Cumpria com o conservadorismo doutrinal. Lutou incontestavelmente contra a intolerância e o totalitarismo. O funeral do Cardel Lustiger foi realizado na Catedral de Notre Dame e o dia começou com um canto do “Kaddish”, a oração judia para os mortos. Às vezes perdemos tempo e comprometemos a nossa relação com as outras pessoas. Dividimos pessoas somente por exercerem a sua liberdade individual de consciência. Às vezes há profundas contradições no nosso mundo.
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