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Sucá - A respiração de fé e confiança | Rabino Isaac Dichi

Sucá - A respiração de fé e confiança @Rabino Isaac Dichi


No Zôhar Hacadosh, a sucá é denominada de “Tselá Demehemnutá” – a sombra da fé. Todo o espírito de Chag Hassucot é transmitir emuná e bitachon (fé e confiança) no Todo-Poderoso. Abandonamos o conforto dos nossos lares e construímos uma cabana coberta com folhagens. Esta moradia provisória – e por isso não colocamos mezuzá na sucá – nos ensina que não há morada fixa neste mundo. Todos os prazeres materiais são transitórios e efêmeros e todos os sucessos e insucessos do ser humano na Terra dependem unicamente da Vontade do Todo-Poderoso. Se os esforços do indivíduo não forem abençoados pelo Criador, não terão nenhuma validade. Chag Hassucot irradia este espírito de fé e confiança no Criador. Uma criança não tem preocupações sobre o que vai comer, o que vai vestir e quem vai lhe pagar a escola, porque sabe que seu pai sempre lhe deu o que necessita. Quando o pai comunica a seu filho pequeno, que a família fará uma viagem, o filho não questionará onde dormirá, quem pagará as passagens, ou de que se alimentará. A criança sabe que esta é uma preocupação do pai. Da mesma forma deve ser nossa emuná e bitachon no Todo-Poderoso. Temos de atingir o grau de acreditar, que depois de fazermos a devida hishtadlut – o esforço que nos compete (discutiremos este tema adiante) – se o Criador achar que merecemos receber o que estamos pedindo – ou que isso nos é imprescindível – Ele nos dará. Muitas vezes, o indivíduo não recebe dos Céus aquilo que quer, porque o Todo-Poderoso o está poupando de um teste maior. Nem sempre o que o indivíduo almeja, lhe é benéfico. Em muitas circunstâncias isso o engrandeceria e faria com que se sentisse superior aos que o cercam. Como disse o Rei Shelomô em Cohêlet (5:12): “Ôsher shamur liba’lav leraatô” – a riqueza está guardada ao seu dono para o seu mal. Rashi traz o exemplo de Côrach, que se prejudicou por conta de sua riqueza e orgulho. A respeito da hishtadlut – o esforço que devemos despender para conseguirmos sucesso em nossas atividades – sua necesidade varia conforme o nível espiritual de cada indivíduo. Quando está em um nível espiritual elevado, o indivíduo tem menos necessidade de se dedicar a tarefas materiais para conseguir seus objetivos materiais. Mais do que isso; tem como obrigação preocupar-se menos com esta hishtadlut, pois sua emuná e bitachon no Todo-Poderoso devem ser sua garantia de sucesso. Nesse contexto, sabemos que Yossef, pelo nível espiritual no qual se encontrava, excedeu-se nesta hishtadlut quando estava preso. Por isso foi castigado, conforme consta no último versículo de Parashat Vayêshev: “Velô zachar sar hamashkim et Yosef vayishcachêhu” – O ministro do Faraó não se lembrou de Yossef e esqueceu-o. Rashi nos diz que o motivo deste esquecimento foi porque Yossef se colocou na dependência do ministro do Faraó. Por isso, acabou ficando na prisão por mais dois anos. Sobre isso, consta no Tehilim (40:5): “Ashrê haguêver asher sam Hashem mivtachô...” – Bem-aventurado o homem que deposita sua confiança no Todo-Poderoso. No livro Tiferet Hayahadut, a sucá é comparada ao pulmão do ser humano. Da mesma forma que o ser humano respira o oxigênio do ar e, por meio da hematose, seu pulmão se incumbe de distribuir este oxigênio às demais partes do corpo, assim também o yehudi, no Chag Hassucot, respira emuná e bitachon, por intermédio dos ensinamentos da sucá. Esta dose de emuná e bitachon, absorvida em Sucot, tem influência sobre os demais dias do ano. O livro Bêt Avraham (Slonim) explica, que a essência da sucá está no fato de que o yehudi abandona sua residência e vai para um reduto cadosh (sagrado) para estar a sós com o Todo-Poderoso. Por intermédio destas idéias, conforme esclarecido no livro Netivot Shalom, podemos entender por que os sete ilustres ushpizin (Avraham, Yitschac, Yaacov, Moshê, Aharon, Yossef e David) vêm nos visitar na sucá e não o fazem em outras ocasiões do ano. Estes sete visitantes especiais não vêm nos visitar em Pêssach, em Shavuot ou nos shabatot. Escolheram vir justamente em Sucot, pois uma vez que estão em um plano elevado de santidade nos mundos superiores, não poderiam descer a este mundo. Somente em Sucot, porque encontram um ambiente transcendente na sucá. A sucá é um espaço exclusivo, à parte do resto do mundo e sobrenatural. Em Sucot, o yehudi se desliga das coisas terrestres e eleva-se espiritualmente. Por isso, tem o mérito de receber os Shiv’á Roim (os sete visitantes).



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