Dezenas e dezenas de mulheres e crianças em Portugal são quotidianamente expostas à humilhação, ao desprezo, ao controlo e às agressões, vivendo no medo, na insegurança; centradas nas variações do estado de humor do seu companheiro, adaptando-se progressivamente às suas exigências e orientado a sua vida quase exclusivamente para a satisfação das necessidades do homem, excluindo-se a si enquanto pessoa e enquanto ator social.
Para estas, a casa não é um lugar de paz e de segurança, mas um lugar onde são quotidianamente confrontadas com a violência.
Alguma vez imaginou que o Ministério Público português não esteja ao lado das vítimas e não considere as provas factuais que constam num processo judicial?
A Violência Doméstica é resultado de um comportamento deliberado, através do qual um agente procura controlar outro, negando-lhe a liberdade a que tem direito.
Há que contrariar, por último, a tendência para encerrar a Violência Doméstica na questão mais imediata da violência física.
Persiste-se, muitas vezes, quando se pensa em violência doméstica, em considerar apenas a violência física, no entanto, a experiência deste tipo de abuso tem impacto ao nível da saúde mental, social e espiritual.
Domínios como a comunicação, a liberdade de pensar e sentir, o desenvolvimento e o bem-estar físico, o sentimento de pertença, de partilha, de cuidado, diminuem com os abusos sistemáticos no âmbito da Violência Doméstica (DVPU, 1998; JHUMUNC, 2004).
@ Centro de Estudos Judiciários - Página 35 (citações)
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