No rescaldo da Segunda Guerra Mundial, a Espanha de Franco tornou-se um refúgio para os derrotados do Terceiro Reich.
“Bajo el manto del Caudillo”, um livro do historiador José Luis Rodríguez Jiménez, revela como altos oficiais e colaboradores nazistas encontraram abrigo sob o regime fraterno espanhol.
Com Paris libertada e Berlim à beira da queda, centenas de nazistas cruzaram os Pirenéus, procurando anonimato e proteção.
O regime de Franco acolheu-os, oferecendo-lhes novas identidades e residências em locais como Sobrón e Jaraba, escondendo-os de espiões estrangeiros e da justiça iminente.
Entre eles estava Reinhard Spitzy, capitão da SS e espião militar, que se refugiou em locais sagrados e, eventualmente, vendeu segredos militares em troca de passagem segura para a Argentina.
Outros, como Michel Szkolnikov, não tiveram tanta sorte, encontrando o seu fim nas mãos de agentes franceses em solo espanhol.
A obra de Jiménez é uma viagem pelas vidas secretas moldadas pela derrota do nazismo e fascismo na Europa, e pelo medo individual de julgamentos e execuções.
Revela também uma realidade desconfortável para o regime de Franco, que, apesar da tensão com os Aliados, viu na chegada dos nazistas uma oportunidade de fortalecer os seus próprios interesses e simpatias ideológicas.
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