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«PERDER» | Editorial

PERDER


Não te esqueças de chorar por ti, pelos demais pelos que são iguais e desiguais.

Não deixes de lamentar o que já foi de ti, o que ficou aqui e tudo o mais que voou no implacável jogo que passou.

Não te envergonhes de carpir a memória dos que tiveram de ir e as traições dos que foram ficando mesmo que só o faças quando ninguém estiver a olhar para ti.

Não deixes de chorar o que um dia quiseste conquistar sem o conseguir o que outrora desejaste ter sem o possuir o que no passado ficou por exigir nesse canto, nesse obscuro canto do teu tristonho desencanto.

Porque, queiras tal coisa ou não, tu, meu ignoto e anónimo irmão, tu salvarás esse teu ser quando também puderes chorar quando também tiveres de lastimar o que tiveste de perder.


@ A.H.

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