O dia de amanhã é o mais belo de todos os dias, é o dia da Liberdade
Há 47 anos ainda a madrugada foi cinzenta e lúgubre o dia. Nas cadeias eram torturados os que sonhavam a liberdade, nos cafés escutados os democratas e na rua perseguidos os que conspiravam. Jaziam ainda no silêncio os mortos abatidos na rua pela Pide, e os que não resistiram à tortura em Peniche e Caxias, e ao degredo no Tarrafal.
Na guerra colonial morriam os jovens enquanto a guerra se perdia e a honra se aviltava; das aldeias fugia-se à miséria a caminho da emigração; a correspondência era violada; a fome afligia a população e quase 40 % dos portugueses eram analfabetos.
Há 47 anos mal sabiam os fascistas que o dia 24 de abril era o último da sua perfídia e a manhã que viria a primeira da sua vergonha, e não sonhavam os democratas vê-los regressar ao poder, primeiro mansamente, depois a vociferar contra quem lhes permitiu voltar.
Valeu a pena, mesmo quando a ingratidão e a perfídia exoneraram os cravos da lapela de quem mais proveito tirou, de quem se vingou dos que lhes abriram as portas do poder e lhes permitiu ser o que nunca mereceram e ostracizar os militares que arriscaram a vida pela liberdade.
Obrigado, Otelo, Salgueiro Maia, Vasco Lourenço, Vítor Alves, Melo Antunes, Carlos Fabião, Costa Gomes, Gertrudes da Silva, José Fontão, Dinis de Almeida, Pezarat Correia, Franco Charais, Pedro Lauret, Garcia dos Santos, Duran Clemente, Costa Brás, Sousa e Castro, Marques Júnior, Luís Banazol, Almada Contreiras, Pinto Soares, Monteiro Valente, Delgado Fonseca, Vasco Gonçalves, Eurico Corvacho, Ramiro Correia, Martins Guerreiro, Costa Martins, Sanches Osório, Rosa Coutinho, Costa Brás, Vítor Crespo, Hugo dos Santos, Eurico Corvacho, Matos Gomes e tantos, tantos outros.
Obrigado a todos os que conspiraram, fizeram, defenderam e consolidaram a Revolução de Abril.
Quando vos afrontam é a democracia que combatem; quando vos humilham são eles que se vilipendiam; e não vos esquecem, trazem na memória a desonra dos vendidos, a velhacaria dos ressabiados e a pusilanimidade dos cobardes.
Amanhã, Abril é mês e 25 dia. Viva a Liberdade!
@Carlos Esperança
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