Nas sombras do meu ser, tão perdido,
Pergunto ao vento que vagueia,
Por que o destino é tão meigo e sentido,
Cruelmente a dor incendeia?
Responde o eco mudo, entristecido,
Na quadra que a saudade semeia,
É o mistério profundo, meu querido,
Que o tempo nem desvenda, nem ideia.
No silêncio da noite, tão frio,
Indago às estrelas a razão,
Por que o amor se torna vazio,
E traz tanta desolação?
Elas brilham altivas, num desafio,
Na quadra que oculta a ilusão,
É segredo divino, no fio,
Que só o coração conhece, em vão.
Com o coração triste, magoado,
Questiono à lua que se esconde,
Por que o carinho, antes jurado,
Finda, sem deixar qualquer um, responde?
E ela brilha terna, com cuidado,
Na quadra que a dor encobre e esconde,
É o segredo da vida, ao meu lado,
Que a noite no silêncio responde.
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