Maus-tratos infantis em Bragança atingem níveis alarmantes: Aumento preocupante de casos de negligência e exposição à violência doméstica.
O aumento alarmante dos maus-tratos em crianças e jovens de Bragança
Os casos de maus-tratos infantis na região de Bragança têm vindo a aumentar consideravelmente nos últimos três anos, revelou o relatório divulgado pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens.
Durante o ano de 2021, as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) registaram um total de 43.075 casos de crianças em situações de perigo, representando um aumento significativo de 8,6% em relação a 2020, com mais 3.416 casos reportados.
Especificamente em Bragança, os números são alarmantes.
A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens local está atualmente a lidar com 172 processos, dos quais 75 são provenientes do ano passado e 87 são novos casos.
Segundo o presidente da CPCJ de Bragança, Fernando Teixeira, a maioria das sinalizações está relacionada com jovens entre os 11 e 17 anos e envolvem principalmente exposição à violência doméstica e negligência parental.
É preocupante constatar que os casos de violência doméstica têm aumentado significativamente desde 2022. Outra problemática que se destaca é o absentismo escolar, principalmente em escolas profissionais.
No âmbito da negligência, há casos de falta de supervisão e acompanhamento familiar, muitas vezes decorrentes de conflitos entre pais separados, onde a criança acaba sendo usada como uma arma de arremesso.
É importante ressaltar que a CPCJ de Bragança só intervém nos casos de exposição à violência doméstica quando ainda não foram feitas queixas às autoridades.
Nesses casos, a CPCJ acompanha a família e incentiva a vítima a apresentar queixa se a violência persistir. Se a queixa já tiver sido feita, a vítima e o progenitor são encaminhados para um abrigo, e a CPCJ não intervém diretamente.
Além disso, alguns casos de violência estão relacionados com o consumo de álcool e drogas.
As famílias sinalizadas estabelecem acordos com a CPCJ, que podem ter a duração de seis meses, um ano ou um ano e meio, durante os quais são acompanhadas até que a situação normalize.
É crucial combater essa grave realidade dos maus-tratos infantis em Bragança.
A noção de que apenas famílias carenciadas estão envolvidas nesses casos é errada, pois os maus-tratos ocorrem em todas as classes sociais.
É necessário um trabalho conjunto de sensibilização, prevenção e proteção para garantir a segurança e o bem-estar das crianças e jovens nesta região.
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