O SIGNIFICADO E VERDADEIRO ALCANCE DO RECONHECIMENTO MAÇÓNICO
“Ele as ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas” (Mc 1,22)
“A Acácia é minha conhecida.” (Ritual de Aprendiz do REAA)
És maçon? – Os Meus IIr reconhecem-me como tal…” (Ritual de Aprendiz do REAA)
A primeira frase, bíblica, refere-se à razão porque Cristo era seguido por tantos discípulos; Porque ensinava com autoridade, dizia Marcos.
As restantes são retiradas do Ritual do Aprendiz do REAA e têm a ver com o reconhecimento maçónico.
“Autoridade” é o oposto à imposição. Do latim “augere”, significa “aumentar, elevar, sustentar...” baseia-se no carisma pessoal e no reconhecimento merecido pelo próprio comportamento.
O Mestre da Galileia falava do que viu e experimentou. Foi Baptizado, jejuou no deserto, foi posto à prova, passou por um processo no qual foi levado às profundezas do seu próprio ser, de conexão com todo o universo, que lhe permitiu ler as vivências mais profundas das pessoas.
Em contraste, os “doutores da lei”, oferecem a doutrina em “pacote”, que tiram dos livros, mas que não traz nada novo. Um conjunto de opiniões, regras, conceitos aprendidos, adornados com citações, num exercício de pura erudição.
O primeiro, cria algo de novo; estes, limitam-se a repetir, transcrever, citar, conservar.
“Falar como quem tem autoridade” significa falar o que lhe vem de dentro do seu coração, do seu interior. Por isso ninguém o pode fazer sem se conhecer primeiro a si próprio.
E como sabemos que alguém fala com autoridade?, Quando o que faz e diz é coerente com o que é…
E quando assim é, estamos em presença de um verdadeiro Mestre.
O mesmo se passa na maçonaria…
O reconhecimento maçónico, é a aceitação mais ou menos generalizada da Mestria de um iniciado… da autoridade individual de um maçon.
Não se trata de reconhecimento individual como maçon, que para isso basta a iniciação e o trabalho numa loja simbólica nos três graus simbólicos, enquadrado por Obediência também reconhecida por outras Obediências.
A regularidade maçónica resulta da verificação deste aspecto formal apenas. Que me interessa a mim se outro Ir. me reconhece ou não como maçon? É-me indiferente… não é dele que depende a minha qualidade de maçon.
Basta-me poder afirmar: "A Acácia é minha conhecida”.
É antes do sentido teleológico do método, da pedagogia maçónica, que resulta o reconhecimento maçónico…
Através do seu auto-conhecimento (visita o interior da terra e rectificando, acharás), de que resulta a sua conexão com o todo universal, as suas palavras e actos serem coerentes com esse conhecimento, é que o maçon acrescenta, aumenta o seu carisma individual, através do qual os outros lhe reconhecem a autoridade de Mestre.
E tal só acontecerá com resultado deste processo individual, que é gradual e contínuo.
Mas como é um trabalho nunca está acabado, a ponto de alguém poder afirmar que já se conhece verdadeiramente a si próprio, a resposta à pergunta, se somos maçons, devia ser antes:
“Espero que um dia os meus IIr. me reconheçam como tal”
Marco Aurélio M.’. M.’.
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