Entre a Luz e a Sombra: Uma Reflexão sobre a Maçonaria "Não Praticante" em Portugal
No meio do burburinho das Lojas abarrotadas em Portugal, surge um enigma intrigante: a natureza da maçonaria "não praticante".
A questão, que ecoa a categorização popular de católicos "devotos" e "desligados", convida-nos a mergulhar nas profundezas da essência maçónica, explorando as nuances entre a prática ritual e a chama interior da iniciação.
Do ponto de vista burocrático, a ausência frequente nas sessões pode culminar no afastamento do quadro da Loja.
No entanto, essa medida, embora necessária para o bom funcionamento da comunidade, levanta questões sobre o destino da "essência maçónica" daqueles que se afastam.
A perda da condição de membro, por meio do "quite" ou exclusão, significa a extinção da chama acesa na iniciação, a "excomunhão" da comunidade de irmãos?
A maçonaria transcende a mera presença física nas sessões.
A comunidade maçónica, ou egrégora, alimenta-se da participação ativa dos seus membros, que se nutrem da Luz partilhada nos rituais.
A participação nas sessões vai além da obrigação, é um ritual de fortalecimento da egrégora e da busca individual pela Luz que guia os passos do maçon.
A iniciação, momento crucial na vida de um maçon, levanta a questão central: a natureza da iniciação é algo indelével, que jamais se perde? Ou a falta de prática, a ausência da egrégora, enfraquece a iniciação ao ponto de extingui-la?
A resposta reside na complexa relação entre o formal e o existencial.
A doutrina maçónica, na sua multiplicidade, reconhece a sacralidade da iniciação como um ato transcendente, um renascimento que não pode ser desfeito.
No sentido místico, a iniciação deixa uma marca indelével no ser, mesmo que renegada.
A iniciação acende uma chama interior, uma Luz que, embora possa ser enfraquecida pela falta de prática, jamais se apaga completamente.
Mas a iniciação, por si só, não garante a vivência plena da maçonaria.
A prática, a imersão na comunidade e na egrégora, é como uma constante reativação da iniciação.
A chama interior, acesa na iniciação, precisa ser alimentada pela participação ativa na comunidade, pelo estudo dos ensinamentos maçónicos e pela vivência dos seus valores no dia a dia.
A vida interior de busca, com leituras e reflexões sobre os ensinamentos maçónicos, pode ser um caminho individual de aprofundamento na maçonaria? Sim, sem dúvida!
A busca incessante pela Luz, a reflexão sobre os símbolos e alegorias, e a aplicação dos valores maçónicos na vida pessoal e profissional são elementos essenciais para o crescimento individual do maçon "não praticante".
Em contraponto, a presença física nas sessões, sem o engajamento com os valores da Fraternidade, concede automaticamente o estatuto de maçon "verdadeiro"? Definitivamente, não!
A maçonaria é um caminho de constante de melhoria, e a prática, nas suas diversas formas, é a chave para o florescimento individual e coletivo.
A mera presença nas sessões, sem a entrega aos valores da Ordem, não garante a vivência plena da maçonaria.
A busca por novos membros, a fidelização dos iniciados e o resgate daqueles que se afastaram exige uma reflexão profunda sobre a natureza da maçonaria em Portugal.
As Lojas abarrotadas de iniciados desiludidos ou "profanos de avental" que as frequentam como clubes privados evidenciam a necessidade de ressignificar a prática maçónica, procurando um equilíbrio entre a ritualística e a vivência dos valores no dia a dia.
A resposta à pergunta "Também és maçon praticante?" reside na vivência individual dos valores da maçonaria, na busca incessante pela Luz e na participação ativa na comunidade, seja ela física ou virtual.
A maçonaria é um caminho de constante melhoria, e a prática, nas suas diversas formas, é a chave para o florescimento individual e coletivo.
Num momento de grande afluxo às Lojas em Portugal, a reflexão sobre a essência da maçonaria torna-se crucial para garantir que a comunidade maçónica continue a ser um farol de Luz e Fraternidade.
A maçonaria "não praticante" não é uma anomalia, mas sim uma oportunidade para repensar a prática maçónica e garantir que a chama da iniciação continue a iluminar o caminho dos seus membros, seja nas sessões, seja na vida.
A maçonaria "não praticante" em Portugal, longe de ser uma anomalia, é um convite à reflexão e à reinvenção da prática maçónica.
As Lojas abarrotadas, muitas vezes com membros desiludidos ou desinteressados, evidenciam a necessidade de ressignificar a experiência maçónica, procurando um equilíbrio entre a ritualística e a vivência dos valores no dia a dia.
A maçonaria transcende a mera presença física nas sessões.
A essência da maçonaria reside na busca incessante pela Luz, na vivência dos valores da Fraternidade, no estudo dos ensinamentos maçónicos e na aplicação desses ensinamentos na vida pessoal e profissional.
A chama acesa na iniciação, embora possa ser enfraquecida pela falta de prática, jamais se apaga completamente.
O maçon "não praticante", que por diversos motivos se afasta das sessões presenciais, pode continuar a trilhar o caminho da maçonaria através da busca interior, da leitura, da reflexão e da aplicação dos valores maçónicos na sua vida.
A maçonaria é um caminho de constante melhoria, e a prática, nas suas diversas formas, é a chave para o florescimento individual e coletivo.
As Lojas maçónicas em Portugal têm a oportunidade e a responsabilidade de repensar as suas práticas e criar espaços que atraiam e retenham membros, que busquem vivenciar a maçonaria para além das sessões rituais. A criação de grupos de estudo, atividades de caridade e eventos sociais que procurem a interação entre os membros são algumas iniciativas que podem fortalecer a comunidade maçónica e torná-la mais relevante na sociedade portuguesa.
A maçonaria "não praticante" não é uma ameaça à Ordem, mas sim uma oportunidade para repensá-la e adaptá-la aos tempos modernos.
Ao reconhecermos a validade da vivência maçónica para além das sessões presenciais, as Lojas maçónicas em Portugal podem fortalecer a comunidade e garantir que a chama da maçonaria continue a iluminar o caminho dos seus membros, seja nas sessões, seja na vida profana.
A maçonaria "não praticante" é um convite à reflexão, à reinvenção e à união da comunidade maçónica em Portugal.
Através do diálogo, da criatividade e do compromisso com os valores da Fraternidade, a maçonaria portuguesa pode continuar a ser um farol de Luz e um agente de transformação positiva na sociedade.
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