Lobo Xavier (LX) e Opus Dei – Já percebi. Está tudo esclarecido.
“Sendo Lobo Xavier próximo do Opus Dei e seu amigo, como ele disse na televisão (…)”, – lê-se no início da entrevista da Visão (hoje, pág. 37) ao vigário geral do OD em Portugal, José Rafael Espírito Santo, amigo do caluniador há mais de 40 anos, aceita-se a sanha beata do Conselheiro de Estado à maçonaria, o ódio de quem prefere a devoção à laicidade, a crença ao livre-pensamento e o cilício à liberdade.
LX acusou a maçonaria de ter uma rede de extorsão de políticos e magistrados. Não se pode refugiar no guarda-chuva do Conselho de Estado e no sigilo profissional para se furtar a ajudar as autoridades a descobrir tão perigosa quadrilha de malfeitores ou, caso se trate de uma infâmia, ser desmascarado e desonrado.
Se a acusação é verdadeira, estamos perante a mais perigosa quadrilha em exercício, em Portugal, e, se é falsa, estamos na presença da maior canalhice de que um pulha é capaz. O que não pode é ser esquecida a atoarda, aceitar-se como inimputável o autor, absolver a aleivosia ou deixar sem condenação os visados na denúncia, se existirem.
O líder sindical da ASJ interessa-se em devassar quem pertence à maçonaria ou ao OD, apesar da CPR estabelecer que “ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa”, tal como o homólogo do SMMP. Este, agora mais interessado em contestar a PGR, na aparente obstinação de ser o sindicato a indicar o titular da PGR, da competência legal do PM e PR, com ascendente hierárquico nos associados, não deixa de o acompanhar no desejo da devassa. O país aguarda que tais ‘sindicatos’ se articulem no desejo de investigação da grave acusação que LX faz a uma dessas instituições.
Lobo Xavier, farto de jejuns e abstinência de carne, da caridade e orações e dolorido das mortificações com que na longa quaresma se obrigou a preparar-se para a Ressurreição Pascal, amargurado com a indiferença de maçons pelo martírio do seu Deus, resolveu injuriá-los, como era uso no fascismo.
LX é a versão wahabita do catolicismo romano, o Bin Laden que se delicia com o cinto dos cilícios em vez do das bombas, com a calúnia em vez da fatwa, preferindo o dinheiro às decapitações.
Enquanto o Opus Dei não usar os métodos do Estado Islâmico, usufrui apenas do direito que cabe a todas as associações, um direito constitucionalmente protegido.
Quando os direitos individuais estão a ser atacados e a democracia corre perigo, é nossa obrigação sermos vigilantes.
Já se percebeu que o que está em causa não é o Opus Dei, é a maçonaria e o ódio do OD à liberdade.
Quem não quer ser Lobo Xavier não lhe veste a pele.
Apostila – Nos próximos dias vou republicar alguns textos sobre o Opus Dei, a Obra cuja universidade de Navarra e os seus colégios são hoje um alfobre de quadros do VOX como, no passado, foram dos governos do genocida Franco.
@C.E.
Artigos Relacionados:
Comentarios