LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
A tomada da Bastilha, cujo aniversário se comemora amanhã, foi um marco na revolução francesa; mas a divisa da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade, não foi a inspiradora da revolução, a qual, como qualquer revolução é despoletada por factores de contestação ao poder instituído, vive um período de desordem e incerteza até se cristalizar numa nova ordem.
O que saiu da revolução foi o Império, depois da queda deste, a Restauração Monárquica, e a esta, a Comuna de Paris.
A divisa, já vem do filósofo cristão Étienne de La Boétie no seu "Discurso da Servidão Humana", de 1563, obra distante e percursora do direito de resistência e desobediência modernos.
Até foi sugerida por Robespierre para os uniformes da tropa da convenção, sem sucesso, teve várias formulações como a de "união, força e virtude", mas não foi propriamente a divisa da revolução francesa.
Tal como a conhecemos hoje, só surgiu muito mais tarde consagrada, constitucionalmente, depois da revolução de 1848 da Comuna de Paris, esta sim feita segundo estes princípios e que pretendia, como se isso fosse possível, uma sociedade anarco-socialista, enquanto não foi reposta, pela força, a legalidade e a ordem burguesa anterior.
A contra revolução de 1848 foi o 25 de Novembro lá do sítio...
E o princípio ficou como consagração anacrónica na constituição de 1848, tal como na nossa ficou o rumo ao socialismo.
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