É com imenso gosto que voltamos à palavra para introduzir um texto elaborado pela Comissão de Direitos Humanos da Grande Loja Nacional Portuguesa.
Ao mergulharmos nos textos que se seguem, é impossível não reconhecermos a meticulosidade e o compromisso dessa Comissão ao abordar questões cruciais que permeiam o âmago dos direitos humanos.
A Grande Loja Nacional Portuguesa, na sua procura incessante pela promoção da justiça, igualdade e dignidade, demonstra um compromisso inabalável com os valores fundamentais que moldam uma sociedade moderna.
Este texto, que agora apresentamos, reflete o profundo entendimento da Comissão sobre as complexidades dos direitos humanos, mas também representa um testemunho eloquente de uma personalidade na sua dedicação em prol de um mundo mais justo.
Ao elogiarmos este trabalho, reconhecemos a importância vital da Comissão dos Direitos Humanos da Grande Loja Nacional Portuguesa na defesa e promoção dos princípios que sustentam a dignidade de cada indivíduo, transcendendo fronteiras e unindo-nos na busca coletiva por uma sociedade verdadeiramente justa e humanitária.
John Thomas Peters Humphrey, nasceu a 30 de abril de 1905 em Hampton, New Brunswick, Canadá e veio a falecer a 14 de março de 1995 em Montreal, Quebeque, Canadá.
Primeiros anos e educação
A infância de Humphrey foi marcada pela tragédia. Perdeu o pai aos treze meses de idade e a mãe aos onze anos; ambos morreram de cancro.
Entre estas calamidades, um acidente tirou-lhe o braço esquerdo. Humphrey foi admitido na Universidade Mount Allison, em Sackville, New Brunswick, aos 15 anos, e transferido para a Universidade McGill, em Montreal.
Licenciou-se em Comércio em 1925, em Artes em 1927 e em Direito em 1929.
Obteve o doutoramento em 1945 e escreveu a sua dissertação sobre a distribuição de poderes no governo. Início da carreira Humphrey foi admitido na Ordem dos Advogados do Quebeque em 1929.
Começou a exercer advocacia privada antes de entrar para a Faculdade de Direito da Universidade McGill em 1936. Tornou-se reitor por pouco tempo, uma década mais tarde.
Carreira nas Nações Unidas
Em 1946, Humphrey foi nomeado diretor dos direitos humanos da Divisão das Nações Unidas, cargo que deixou em 1966. Com a ajuda de outros nomes hoje conhecidos, foi o autor do projeto original da Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH).
Esta foi aprovada como resolução da Assembleia Geral em 10 de dezembro de 1948. Eleanor Roosevelt, presidente do comité e colaboradora de Humphrey, referiu-se à declaração como a "Magna Carta de toda a humanidade".
O documento foi traduzido em 321 línguas e dialetos.
A declaração trouxe uma mudança revolucionária na teoria e na prática do direito internacional, pois reconheceu que os direitos humanos são uma questão de interesse internacional.
Embora os princípios da declaração sejam violados frequentemente, trata-se de uma das realizações mais importantes da ONU. Tornou-se uma parte usual do direito das Nações Unidas. Carreira após a ONU Humphrey regressou à Universidade McGill em 1966. Em 1967, co-fundou a Fundação Canadiana dos Direitos Humanos.
Leccionou a tempo inteiro até ao início da década de 1970 e depois a tempo parcial até se reformar em 1994. Foi autor de vários volumes importantes sobre o assunto e ajudou a investigar as violações dos direitos humanos nas Filipinas.
Ajudou também a obter uma indemnização para os prisioneiros de guerra canadianos detidos pelos japoneses após a Batalha de Hong Kong e representou mulheres coreanas forçadas à escravatura sexual durante a Segunda Guerra Mundial.
Honras, legado e conclusões Cada vez mais reconhecido, tem recebido prémios, distinções e homenagens.
Apesar das circunstâncias em que se deu o seu crescimento e educação, sem os pais, a perda de um braço, deu contributos de elevado valor e mérito à nossa sociedade, constituindo um exemplo maior de cidadania e solidariedade para com o seu semelhante, para além da DUDH, mais concretamente, para com faixas de população desfavorecidas em termos socioculturais ou raciais.
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