Sociedade - Grande Oriente Lusitano - Mensagem | Grão-Mestre - Eleições 2020
Os Meus Queridos Irmãos, ao longo dos últimos anos, ouviram-me dizer, algumas vezes, que a Maçonaria liberal é uma escola de pensamento para mim libertária, no sentido em que o maçon não dá lições a ninguém, não tem mestres de doutrina, nem dogmas, onde o Maçon deve ser corajoso no conhecimento de si e auto-critico, tolerante perante os outros e a diversidade do mundo, tem uma espiritualidade laica no respeito de todas as outras espiritualidades, é politico na cidadania e na paixão pela coisa pública, com senso de justiça, contra as desigualdades chocantes, intransigente na defesa da liberdade, pelos amplos direitos humanos, um fomentador de uma utopia crítica.
Que os seus princípios e valores, os que constam da nossa Constituição, e outros onde pontifica a liberdade de consciência e pensar, a busca do conhecimento e da verdade, a fraternidade da cadeia de união, a cidadania, meditados de acordo com os nossos métodos próprios, ínsitos nos ritos e rituais, no respeito pela tradição sem mantras, são mais prementes do que nunca nas actuais condições humanas e o estado do mundo.
Que, por isso mesmo, os Maçons não devem ter medo de se assumirem claramente e sem tibieza, humildes, mas corajosos.
Que estas simples e genéricas ideias tiveram e têm repercussão na concepção que hoje tenho de uma Obediência maçónica, igualitária e democrática, adogmática e liberal, fraterna e solidária, respeitadora das normas aceites por todos, composta por Lojas autenticamente autónomas, local onde se faz Maçonaria, com um órgão central executivo regulador das questões administrativas, financeiras, patrimoniais, comunicacionais, tanto quanto baste, e anualmente universalmente prestador de contas e actividades.
O actual Conselho da Ordem, na sequência do muito que já vinha do passado, por uma acção voluntária, dedicada, generosa, de entrega total de todos os seus membros e adjuntos, sem excepção, apenas com um papel incentivador do seu Presidente, teve uma notável actividade que, em tranquilidade, operou mudanças significativas em todos os aspectos das suas competências, actividades inseridas num programa e projectos sufragados, que importa continuar a bem da Nossa Augusta Ordem.
O seu mandato termina este ano coincidentemente com o do Grão-Mestre e Grão-Mestres Adjuntos.
Como é normal em ano de eleições já muito se fala sobre quem será eleito em Junho próximo.
E muito se tem dito sobre uma possível pretensão de continuidade deste actual Grão-Mestre, criando à volta dele e do Grande Oriente Lusitano ambiguidades, inverdades, sussurros, noticias inexactas ou perturbadoras, o que justifica esta breve missiva:
Assim, e por forma a preservar a tranquilidade na vida de Obediência e a exaltação da serenidade que deve envolver a eleição para o cargo de Grão- Mestre, declaro a minha total indisponibilidade para continuar no exercício deste dever cometido pelos meus Irmãos, apenas desejando que os caminhos que o Grande Oriente Lusitano vem trilhando prossigam, por entender que o futuro não se alcança com instrumentos do passado, como este Conselho da Ordem provou, e que a sua consecução são o esteio de uma organização e de uma Maçonaria do século XXI pensante e actuante, como a eu vejo.
A bem de todos
Fernando Lima (11.02.2020)
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