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Maçonaria: EU sou UM MAÇON REGULAR E TRADICIONAL (parte I)

EU sou

UM MAÇON REGULAR E TRADICIONAL.| extraído do site www.glantigos.org

EU sou UM MAÇON REGULAR E TRADICIONAL (parte I)
Maçonaria: EU sou UM MAÇON REGULAR E TRADICIONAL (parte I)

O Homem é sobretudo um ser essencialmente ensinado. A Verdade, ainda que esquecida pelos homens jamais é nova: existe desde o começo. O erro é sempre uma novidade no mundo; não tem antepassados nem descendentes.


O uso da razão precede o da fé.


Razão e Fé, dois elementos chave da espiritualidade do Rito que nada tem que ver com a religião e, ainda menos, com a religiosidade.


A religião não é mais do que uma organização material, extrínseca à espiritualidade. Esta ultrapassa o marco das religiões.


Existe e existiu antes delas, desde o momento em que o primeiro homem tomou consciência da sua existência e da sua relação com o universo.


O Volume da lei Sagrada


O Volume da lei Sagrada é, por definição, o símbolo da Tradição no nosso Rito. Porém, Tradição significa transmissão.


A Grande Loja dos Antigos reconhece e proclama a existência de um Princípio criador, reconhecido como o Grande Arquitecto do Universo.


Mas dizer princípio é dizer a primeira causa activa e original e que está perfeitamente de acordo com o conceito de Grande Arquitecto do Universo, ao mesmo tempo símbolo menos redutor e menos determinante que a interpretação de Deus revelado das religiões e enfoque metafísico acessível à razão humana.


Todo o homem é fundamentalmente espiritual, inclusive se ele mesmo não sabe. A espiritualidade não foi inventada pelo Homem.


O Rito Escocês Antigo e Aceite caracteriza-se pela aliança entre a Razão e a Fé; não da Fé numa verdade revelada, mas num Princípio superior a todas as coisas, a que nós chamamos Grande Arquitecto do Universo, que as rege segundo leis imutáveis e suficientemente fortes para criar uma ordem dentro de um conjunto de elementos confusos.


Segundo esse Princípio ordenador, o maçon esforça-se por conformar-se a uma ordem, por actuar de acordo com umas regras para criar o seu Templo interior.


Através da Razão e da Fé, acede ao sagrado.


É assim como se enquadra a iniciação: o adepto não trata, como o demiurgo neoplatónico ou gnóstico, de dominar a natureza e transformar o mundo, mas de aprender a dominar a sua natureza e transformar-se a si mesmo para ver o mundo de outra maneira.


Mediante uma ascensão que o leva até ao transcendente, o maçon consegue espiritualizar a sua maneira pessoal de sentir a sua pertença ao universo.


Essa maneira pessoal produz-se primeiramente pela apreensão dos pequenos mistérios que colocam o Homem no caminho de uma busca ampliada até si mesmo e aos seus semelhantes.


Graças ao estudo dos utensílios simbólicos, pode conhecer melhor os elementos constitutivos da sua existência.


Chega gradualmente a saciar a sua ignorância original, aprendendo que o trabalho ajuda a corrigir os seus defeitos e os seus erros.


Com isto toma consciência do valor da sua própria existência, que aprende a venerar como bem inalienável que deve cultivar com esmero.


Se este processo se realiza adequadamente, segundo os preceitos do ritual, dar-se-á conta de que ele é o resultado de uma Vontade que o ultrapassa, independentemente da sua própria vontade.


Há nisto um princípio de aproximação ao metafísico que permite que ele adquira o sentido do sagrado.


Dá conta, então, de que pertence a um mundo mais vasto, representado pelo universo, que não consiste somente numa série de fenómenos individuais, causas e efeitos uns dos outros, segundo leis mais ou menos compreensíveis.


Noutras palavras: compreende que ocupa um lugar que lhe foi consignado pela sua afinidade mística com tal região do espaço e do tempo.


É então o momento em que está pronto para ir mais além dessa primeira consciencialização que o levará, pouco a pouco, até aos grandes mistérios.


Tal é o ensinamento do Rito Escocês, que propõe uma reflexão sobre o Homem como ser individual e social, como ser cultural e espiritual.


Esta reflexão traduz as preocupações permanentes do Homem confrontado consigo mesmo, com a sua natureza, com o seu devir e o seu destino diante dos problemas da liberdade e da justiça, da vida e da morte, da beleza e do amor.


Deste modo, pode o Irmão, com plena liberdade de consciência, isto é, com pleno conhecimento de causa, entregar-se à sua busca da verdade e da justiça através de um ideal de melhor bem estar material e moral da humanidade.


Assim pode continuar fora a obra começada no Templo.


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