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Desacelerar para Viver: A Proposta Revolucionária de André Barata

Desacelerar para Viver: A Proposta Revolucionária de André Barata


O filósofo André Barata tem-se destacado pela sua reflexão incisiva sobre a tirania do tempo na sociedade contemporânea.


No seu livro "E se Parássemos de Sobreviver? — Pequeno Livro para Pensar e Agir contra a Ditadura do Tempo", André Barata propõe uma profunda revisão da maneira como vivemos e trabalhamos. Segundo ele, a aceleração do tempo, intensificada desde a Revolução Industrial e exacerbada pela era digital, transformou-nos em meros sobreviventes, sempre numa corrida desesperada contra o relógio.


André Barata argumenta que a forma como o tempo é gerido hoje serve como um mecanismo de dominação. Estamos, na verdade, subjugados a um sistema que nos obriga a viver num estado constante de competição e alerta, onde a sobrevivência depende da produtividade incessante.


Observa que, em vez de vivermos, estamos apenas a sobreviver, atolados em tarefas que poderiam ser automatizadas, enquanto nos desconectamos do mundo à nossa volta.


Uma das soluções apresentadas por André Barata é a implementação de um Rendimento Básico Incondicional (RBI), que desvincularia o rendimento do trabalho.


Esta proposta visa assegurar que todos tenham as suas necessidades básicas atendidas independentemente da obrigação de trabalhar, permitindo que as pessoas escolham actividades que realmente lhes tragam realização e felicidade. Segundo ele, isso libertaria o trabalho da sua conotação punitiva e com uma actividade de auto-realização e contribuição social genuína.


Esta ideia, que pode parecer utópica à primeira vista, encontra precedentes históricos noutras mudanças sociais significativas que, inicialmente, também pareciam inatingíveis, como a educação pública universal e os direitos laborais.


André Barata enfatiza que, para romper com a "armadilha da sobrevivência", é necessário um esforço colectivo e a construção de políticas públicas que promovam a justiça social relacionada com o tempo. André propõe, por exemplo, a redução da semana de trabalho para quatro dias como um passo inicial nessa direcção.


Além disso, André Barata critica a sacralização do passado e aponta para a necessidade de uma descolonização das nossas interpretações históricas. Argumenta que, para sermos soberanos do nosso tempo, precisamos reavaliar criticamente a nossa história e os símbolos que carregamos, que muitas vezes perpetuam narrativas de opressão e colonialismo.


A proposta de André Barata convida-nos a repensar radicalmente a nossa relação com o tempo e o trabalho. Numa sociedade onde "tempo é dinheiro", ele propõe que o tempo deve ser, antes de tudo, vida.


O filósofo desafia-nos a imaginar um futuro onde a justiça temporal e o RBI permitam uma vida mais plena, realizada e conectada.


Não se trata apenas de uma utopia, mas de um caminho necessário para um desenvolvimento humano mais equilibrado e sustentável.


@FE

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