Ainda chocada com o teor do Acórdão da Relação do Porto, que desculpabiliza o marido violador, que durante décadas infligiu as mais horríveis violências, espancando a mulher. Que tristeza de mentalidades.
Tem razão o Secretário-Geral da ONU quando fala na cultura sexista do patriarcado. A violência de género é também isto.
A desconsideração da mulher, da sua dignidade, da sua liberdade de determinação. Parece que recuámos 40 anos!
O homem agressor, cheio de si, arrogando-se o direito de ter sexo contra a vontade da mulher. É esta cultura de violação que é inaceitável.
Como é possível termos regressado aqui?
O Parlamento tem de dar um sinal oposto, aprovando uma alteração legislativa robusta que imponha a natureza pública do crime de violação e que aumente substancialmente as penas dos crimes sexuais.
A Convenção de do Conselho da Europa não se destina a prestigiar o País, mas sim a prevenir estas agressões, a defender as mulheres vítimas delas e a punir os autores dos crimes hediondos aí previstos.
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