Mudança drástica na sociedade israelita após a crise em Gaza
O advogado Michael Sfard, especializado em direitos humanos, numa entrevista dada ao Púbico, levantou questões sérias sobre a mudança do paradigma na sociedade israelita após a crise desencadeada pela situação dos reféns em Gaza.
Sfard, conhecido pelas suas críticas às políticas do governo de Israel, destacou que, embora a responsabilidade para com pessoas em dificuldades fosse uma forte base da sociedade, essa dinâmica mudou radicalmente.
Numa conversa que teve para o Jornal Público, Sfard expressou a sua surpresa com a abordagem do governo em relação às famílias dos reféns, considerando-as como tendo interesses políticos, em vez de dar prioridade aos seus entes queridos.
O advogado comentou que nunca imaginou que as famílias das vítimas civis fossem tratadas dessa maneira, especialmente diante de uma organização terrorista como o Hamas.
Essa mudança na atitude governamental levou Sfard a questionar a coesão e a solidariedade na sociedade israelita, afirmando que tal cenário pode levar ao colapso social.
O advogado destacou a perda de princípios fundamentais, como integridade moral e a liberdade de expressão, e observou a diminuição do pluralismo na discussão pública.
Essas preocupações surgem num momento em que se completam seis meses desde o ataque sem precedentes do Hamas, que deixou centenas de mortos e reféns.
Sfard enfatizou a necessidade de reconstruir não apenas a Faixa de Gaza, mas também o ethos israelita.
O advogado instigou a reflexão sobre o impacto dessa crise não apenas na política, mas também na sociedade como um todo.
Essa mudança de perspectiva coloca em xeque os valores e a coesão social em Israel, levantando questões importantes sobre o futuro do país e sua identidade nacional.
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