Lobo Xavier , escondido no Conselho de Estado, pode difamar sem problemas. Só não sabemos quem lhe encomendou esta calúnia.
Quando foram divulgados os nomes de alguns juízes, que alegadamente seriam maçons, António Lobo Xavier, que nos intervalos dos afazeres nos conselhos de administração e do programa televisivo onde arredonda o orçamento familiar, ainda advoga, revelou ter recebido denúncias de clientes que afirmam ser vítimas de extorsão e perseguição por parte de uma alegada rede maçónica que conta com políticos e magistrados.
Em vez de informar as autoridades, sem violar o segredo profissional, lançou a suspeita de forma pusilânime: “Eu nunca a vi nem sei que forma ela toma, mas eu tenho clientes que me dizem que são vítimas de extorsão por serem ameaçados, fazendo isto entregando dinheiro e quantias e assumindo comportamentos, senão são perseguidos por uma rede maçónica que vai desde a política até às magistraturas”. [sic]
Atirou a pedra e ocultou a mão, com uma insinuação de enorme gravidade, sem ajudar à descoberta da verdade, se existisse, depois de difamar a instituição que esteve na origem de todos os avanços democráticos, exceto no 25 de Abril, um ato exclusivo de militares. A atoarda é uma velha teoria da conspiração de sabor antissemita, tão cara a nazis, que acusam os judeus e a maçonaria de todos os males.
Tem com ele o presidente da ASJ, o exótico sindicato de juízes, bem mais perigoso para a independência judicial do que qualquer associação cívica, nomeadamente a maçonaria e o Opus Dei, esta para disfarçar a sanha à associação secular que esteve na origem do Constitucionalismo, do 31 de Janeiro, do 5 de Outubro e, por todo o mundo, na defesa dos direitos humanos e do livre-pensamento.
Segundo o presidente da ASJ, “os juízes que pertencem à maçonaria devem comunicá-lo ao Conselho Superior de Magistratura (CSM) e pedir escusa em casos que envolvam maçons”.
E os juízes católicos, muçulmanos, budistas ou ateus, devem pedir escusa sempre que tenham de julgar um crente dessas religiões, quando a CRP impede que alguém seja perguntado sobre a religião que professa, salvo para fins estatísticos?
Um juiz sócio de uma liga de bombeiros deve tornar-se suspeito se um comandante de bombeiros for acusado de receber comissões de material contra incêndios? E os adeptos de clubes de futebol ou de associações de matraquilhos?
Pires de Lima, desceu demasiado baixo na ética e, depois de lançar a suspeição sobre as mais respeitadas personalidades que desde o fim do séc. XVIII até hoje mais se bateram pela defesa da liberdade e dos direitos humanos, já cumpriu o recado encomendado.
É evidente que os devotos das homilias do padre Portocarrero de Almada, do deputado que propôs um voto de pesar ao defunto cónego Melo, da sé de Braga e do MDLP, dos terroristas do ELP ou dos frequentadores de madraças radicalizadas, oferecem perigo, e é a maçonaria, uma associação legal, que está na mira da teoria da conspiração judaico-maçónica. Há sempre um pide que, à falta de factos, procura difamar a maçonaria.
Rui Rio, assustado com a deserção do eleitorado para o partido fascista, corre atrás das canas de todos os foguetes e, porque sabe que alguns dos seus adversários são maçons, procura vencê-los com o labéu da infâmia, como se os maçons não estivessem todos referidos na NET.
Lobo Xavier , escondido no Conselho de Estado, pode difamar sem problemas. Só não sabemos quem lhe encomendou esta calúnia.
@Carlos Esperança
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