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A controversa santificação de D. Nuno Álvares Pereira: motivos políticos ou merecida honra?

A santidade de D. Nuno Álvares Pereira: herói nacional ou figura controversa?


A canonização de D. Nuno Álvares Pereira há dez anos gerou controvérsia e críticas por parte de alguns setores da sociedade portuguesa.


Enquanto para uns, a elevação do herói nacional a santo foi um ato de justiça e reconhecimento, para outros foi uma medida arbitrária e questionável.


D. Nuno Álvares Pereira é conhecido como um dos maiores heróis militares da história de Portugal, tendo sido fundamental na vitória na batalha de Aljubarrota, em 1385, que assegurou a independência do país e a ascensão da dinastia de Avis.


No entanto, também é verdade que D. Nuno participou em conflitos sangrentos, incluindo a guerra contra Castela, e foi responsável pela morte de muitos inimigos.


Por esta razão, alguns questionam a legitimidade da sua canonização.


Para além disso, a forma como o processo foi conduzido também foi alvo de críticas.


O cardeal Saraiva Martins, que na altura era responsável pela certificação de milagres, exigiu um milagre para que a canonização pudesse ser realizada.


Como não havia relatos de milagres recentes atribuídos a D. Nuno, a Igreja optou por um milagre "pífio", envolvendo a cura de um olho de uma cozinheira em Ourém, que teria invocado D. Nuno em vez de procurar tratamento médico adequado.


Além disso, alguns argumentam que a canonização foi uma manobra política, destinada a aumentar a popularidade da Igreja Católica em Portugal, numa altura em que esta enfrentava uma crise de confiança.


Segundo estes críticos, a canonização de D. Nuno seria uma tentativa de capitalizar sobre o sentimento patriótico e nacionalista da população portuguesa.


Independentemente das opiniões divergentes sobre a canonização de D. Nuno, é certo que ele continua a ser uma figura histórica importante e respeitada em Portugal, tendo o seu legado sido perpetuado através de inúmeras homenagens e monumentos.

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