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50 Anos de Abril: O Impacto da Revolução dos Cravos | Mensagem do Grão-Mestre da GLNP

50 ANOS DE ABRIL

 

A Revolução de 25 de Abril de 1974 marcou um ponto de viragem na história de Portugal e teve um impacto significativo na Europa e nas relações com as suas colónias Africanas.


Este movimento não só derrubou um regime ditatorial de quase meio século como também reflectiu os ideais Maçónicos reprimidos há muito, princípios esses que guiaram os Portugueses empenhados na luta pela democracia e justiça social.


O Estado Novo, liderado por Oliveira Salazar e, mais tarde, por Marcello Caetano, era caracterizado por uma censura opressiva, repressão política e isolacionismo económico. Portugal encontrava-se economicamente atrasado em relação ao resto da Europa e imerso em guerras coloniais desgastantes em África.


Estas guerras, contra os movimentos de independência em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, eram extremamente impopulares dentro e fora do país e desencadearam uma crise que desafiou a sustentabilidade do regime.


A Revolução de Abril foi liderada por militares descontentes com esta situação, muitos dos quais positivamente influenciados pelos ideais Maçónicos.


Estes princípios Maçónicos, centrados na valorização da liberdade, igualdade e fraternidade, ressoaram no seio das forças armadas e na população, impulsionando o movimento revolucionário.


Os eventos do 25 de Abril culminaram na rendição pacífica do regime, com os militares recebidos por civis que ofereciam cravos vermelhos, símbolo esses que se tornou emblemático da revolução.


A influência da Revolução dos Cravos estendeu-se além das fronteiras Portuguesas, repercutindo por toda a Europa.


Num período em que o continente europeu ainda estava dividido pela Guerra Fria, a transição pacífica de Portugal para a democracia representou um sopro de esperança e um exemplo de que mudanças políticas profundas podiam ocorrer sem violência.


Este evento fortaleceu os movimentos democráticos em outros países europeus e contribuiu para o reforço da ideia de unidade europeia, baseada nos valores de liberdade e democracia.


A relação de Portugal com as suas colónias africanas foi também profundamente transformada pelo 25 de Abril, a revolução acelerou o processo de descolonização, levando à independência de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.


Este processo não foi apenas o fim do império colonial Português, mas também o reconhecimento do direito dos povos à autodeterminação e independência.


A influência Maçónica na Revolução dos Cravos pode ser vista na ênfase dada à liberdade de expressão, ao pluralismo político e à justiça social no novo regime democrático.


O ideal de fraternidade manifestou-se na solidariedade internacional e no esforço de Portugal para estabelecer relações pacíficas e cooperativas com as novas nações Africanas independentes.


Em suma, a Revolução de Abril de 1974 foi um marco fundamental na história de Portugal e teve um impacto considerável na Europa e em África.


A sua realização, inspirada e impulsionada pelos ideais Maçónicos, não só acabou com décadas de ditadura como iniciou um novo capítulo na história Portuguesa, caracterizado pela democracia, pelo desenvolvimento e pela cooperação internacional.


Este evento ímpar na nossa história recente realça de forma inequívoca a importância dos valores Maçónicos na luta incessante por um mundo mais justo e fraterno.

 

Lisboa, 25 de Abril de 2024

 

Nuno Tinoco

XV Grão-Mestre da Grande Loja Nacional Portuguesa


 

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