NOTAS SOLTAS DO GRÃO-MESTRE ÁLVARO CARVA - G:.L:.N:. DE PORTUGAL | Grande Loja de Portugal | PORTUGAL
DOMINGO, MARZO 09, 2008
AS ÚLTIMAS ENTREVISTAS AO GRÃO-MESTE ÁLVARO CARVA
Neste momento, no fim do seu mandato como Grão-Mestre da Maçonaria Tradicional Portuguesa, Álvaro Carva concedeu-nos algumas entrevistas. Elas serão publicadas no nosso sitio.
As entrevistas foram realizadas nos diversos encontros que fomos promovendo. Nas conversas que fomos realizando.
Álvaro Carva solte o seu pensamento de maçon. O maçon que mais tempo esteve como Grão-Mestre. Ajuda-nos?
Álvaro Carva em 2005
Álvaro Carva em 2016
NOTAS SOLTAS SOBRE A HISTÓRIA DA MAÇONARIA
P - Grão-Mestre a Maçonaria usa a filosofia?
R – Sim. Mas não há uma regra e cada maçon usa ou não a filosofia de acordo com o método que escolhe para o tema que vai propor.
P – A Maçonaria nasce com a filosofia?
R – A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a . C. A Maçonaria nasce com o Homem.
P – A Maçonaria nasce no confronto com a Teologia?
R – Claro que não! Se ela nasce com o Homem surge antes da Teologia. Há pouco falou-me de filosofia e agora confronta-me com a Teologia. A Teologia teve um papel relevante quando surgiu o Cristianismo. E, nessa altura, a filosofia voltou a não ter grande papel na formação dos Homens.
P- E quando nasce oficialmente a Maçonaria?
R – Como lhe digo a Maçonaria Tradicional que eu represento está associada às origens do Homem. Ao Pensamento Tradicional que ultrapassa a noção temporal. Mas pode encontrar a História da Maçonaria em referências históricas ou Éditos de Numa Pompilius que foi, como sabemos, segundo rei de Roma, por volta de 714 a . C.
P- Há mais referências históricas?
R- Sim. Servius Tullius. E há documentos que falam dessas referências. A carta de York de 926.
P – Fala-me da “Carta de Athelstan”?
R – (acena afirmativamente) – Esta carta parece reproduzir o espírito da Maçonaria, tal como a carta de Santo Albano, aprovada pelo Imperador Carausius em 920.
[...]
P – O que fez Eduardo III?
R – Reviu esta carta que desapareceu em 1720, em Londres, em conjunto com outros documentos. Ainda pode consultar a carta de Estrasburgo (1275), a de Ratisbona e a de Colónia.
P – Estamos a falar de que tempo?
R- De 1495 a 1535. Documentos que regulam as leis e privilégios das antigas corporações de construtores.
[...]
P – Mas a oficina da catedral de Estrasburgo foi mandada construir em 1015?
R – Claro! E em 1276 o imperador Rodolfo I de Hasburgo outorga nessa data os privilégios aos trabalhadores de pedra dessa catedral.
P- Foi em Ratisbona o local de uma das reuniões mais importantes dos maçons?
R – Nesse local, em 1459, as Lojas do Santo Império uniram-se. Como sabe, tratavam-se das Lojas de Estrasburgo, Colónia, Viena e Zurique.
[...]
P – A Maçonaria Tradicional é Universal há séculos?
R – Visível, não é?! Quer saber o que aconteceu nessa reunião das Lojas do Santo Império? A assembleia geral que foi efectuada no dia 25 de Abril de 1459 regulamentou os símbolos e ritos, retomando as disposições estatutárias de Estrasburgo. Os estatutos foram aprovados pelo imperador Maximiliano em 1498.
P – Fale-me um pouco mais desse tempo histórico.
R – Não vou entrar em grandes pormenores. Deixo-lhe estas notas soltas. Estrasburgo procurou não ter relações com outras Lojas. Em 1707, um Decreto da Dieta imperial aboliu a supremacia da Grande Loja de Estrasburgo. As Lojas de Colónia e de Viena foram dissolvidas. Mais tarde estas associações continuaram a existir em França e na Alemanha, de forma mais ou menos discretas, mas sempre prósperas.
[...]
P – Para terminar estas notas soltas, fale-me do grau de Companheiro.
R – Não era um grau mas um estado. O estado de Companheiro era considerado um aperfeiçoamento das práticas adquiridas durante a fase de aprendizagem. Mas nem todos os Companheiros podiam adquirir o privilégio de se instalarem e de poderem exercer o seu ofício.
P – Estará aqui a fundação dos regulamentos da Maçonaria?
R – Há quem veja aqui a origem da Maçonaria. O abade Grandidier dá-nos esta indicação.
Efectivamente os ritos, os juramentos e os símbolos são semelhantes.
[...]
Grão-mestre Álvaro Carva agradeço-lhe a amável conversa. O café e a visita que nos proporcionou à cidade de Coimbra. Sei que vai agora para uma reunião de uma Loja maçónica que se realiza nesta área geográfica.
Até breve!