Poesia - Sophia de Mello Breyner Andresen
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Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta Continuará o jardim, o céu e o mar, E como hoje igualmente hão-de bailar As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar Em que eu tantas vezes passei, Haverá longos poentes sobre o mar, Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa, Será o mesmo jardim à minha porta. E os cabelos doirados da floresta, Como se eu não estivesse morta."
Sophia de Mello Breyner Andresen. (06.11.1919 - 02.07.2004)