"Um diplomata experiente nunca arrisca identificar-se como fã de um clube de futebol local. Sinceramente, não gosto por aí além de bola. Vejo de tempos a tempos alguns jogos na televisão e aprecio os vermelhos do Benfica tanto como os verdes do Sporting. Esta semana, sem quebrar o princípio da neutralidade, quero dar os parabéns ao Sporting por ter vencido o campeonato.
Também há os verdes e vermelhos da coligação entre os islamitas (bandeira do Hamas) e a esquerda radical. São eles os sujeitos deste artigo.
Como é do conhecimento geral, na passada segunda-feira, exactamente às 18h e tal como haviam anunciado, a organização terrorista do Islão radical de Gaza lançou um ataque de milhares de rockets e mísseis contra civis israelitas com a intenção (declarada) de matar.
Já o fizeram no passado. E também não é a primeira vez que usam cinicamente, de onde lançam os rockets, o próprio povo como escudo humano.
Sabem que Israel, que faz mais do que qualquer outro país que se encontre em estado de guerra para minimizar baixas civis – alguém conhece algum outro país que avise previamente os inquilinos de um prédio, onde os terroristas armazenam as rampas de lançamento e munições, para evacuarem antes de o atingirem? –, não consegue garantir uma total ausência de danos colaterais durante um combate.
Os terroristas não se importam, muito pelo contrário. As imagens dos bombardeamentos, com civis desesperados e feridos, chegam aos ecrãs das televisões e às redes sociais em segundos, criando um repúdio naturalíssimo assente na compaixão do português desconhecedor do todo ou da parte que é a complexidade desta situação. Regra geral, os media não lhe dão a sequência de acontecimentos. Dá menos trabalho e vende mais assim.
Os media dir-lhe-ão, tão-somente, que Israel atacou Gaza e que, vejam-se as imagens, este é o terrível resultado.
Não lhe dizem que o Hamas é uma organização terrorista que, em 2007, tomou o poder em Gaza por golpe militar assassinando os seus irmãos da facção Fatah, da Autoridade Palestiniana.
Não lhe dizem que a sua carta ideológica é racista, fascista e anti-semita, clamando pela aniquilação do Estado de Israel e pela morte de judeus tanto em Israel como em todo o mundo.
Não lhe dizem que os radicais do Hamas e da Jihad Islâmica fizeram refém a Faixa de Gaza, mantendo o seu próprio povo subjugado na miséria enquanto organizações internacionais e contribuintes europeus vão enchendo os bolsos de uma cúpula de assassinos, e desviando o olhar do que realmente se passa porque, afinal, já fizeram a sua quota parte de caridade e preferem fingir que não sabem que tudo é investido numa máquina de guerra patrocinada pelo Irão para matar o maior número possível de israelitas.
Depois da erupção do ataque terrorista a Israel, muitos líderes europeus e ministros dos Negócios Estrangeiros de países membros da UE publicaram declarações condenando o ataque a Israel e direito do país à autodefesa.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português foi um dos que condenou o disparo indiscriminado de rockets a partir de Gaza contra civis israelitas. É uma declaração em tudo razoável, mas foi suficiente para alguma da esquerda radical criticar duramente a tutela.
Infelizmente, a esquerda radical europeia transformou-se na leal companheira do Islão radical.
Israel, com todas as suas falhas e fraquezas, partilha todos os valores essenciais desta esquerda: democracia, liberdade de expressão, leis laborais justas, igualdade de género, direitos LGBT e outros. Nenhum deles consta do islamismo radical. Contudo, é Israel que se vê visceralmente odiado pela esquerda radical.
A coligação verde e vermelha, que detém uma influência real nos media, promove a agenda de elementos radicais islamitas na Europa e faz perigar todas as fundações das sociedades livres.
O politicamente correcto que esta coligação impõe às custas de encarar desassombradamente a situação como ela é tornou-se o adubo perfeito da extrema-direita que, como se vê, vai ganhando terreno na Europa.
É com o embaixador israelita que não pode haver diálogo, sequer contacto. O embaixador iraniano – um país em que as mulheres suspeitas de adultério são apedrejadas até à morte, e os gays e os opositores ao regime são enforcados em praça pública –, este, ganha um abraço empático.
Esta é a mesma esquerda radical que aponta o conflito israelo-palestiniano como a fonte de todos os males, e Israel como o único responsável pela sua continuidade.
Então e a tomada, pelo Islão radical, de quarteirões inteiros nas cidades europeias? Sítios onde nem a polícia entra?
Então e a matança da equipa do satírico Charlie Hebdo?
Então e o professor francês que foi decapitado?
Estas barbaridades são responsabilidade da ocupação israelita?