Estudo Revela que 9% dos Juízes Portugueses Recorrem a Drogas e Álcool para Combater o Stress
Um estudo académico, impulsionado pela Associação de Juízas Portuguesas e apoiado pelo Conselho Superior da Magistratura, revela que cerca de nove por cento dos juízes portugueses admitem o consumo de drogas, incluindo haxixe e cocaína, como forma de lidar com o stress profissional.
Além disso, mais de onze por cento dos magistrados afirmam recorrer ao álcool para enfrentar as pressões da carreira.
O estudo teve como objetivo avaliar o nível de stress ocupacional e 'burnout' em profissões forenses, envolvendo 690 profissionais, dos quais 342 eram juízes, 282 advogados e 66 procuradores.
Os resultados indicam que os juízes são os que apresentam os maiores índices de stress no contexto das profissões forenses.
Mauro Paulino, psicólogo forense envolvido no estudo, salienta que os juízes enfrentam uma perceção elevada de sobrecarga de trabalho, isolamento social associado às suas funções e recorrem a estratégias de enfrentamento menos saudáveis.
O consumo de drogas e álcool como mecanismos de enfrentamento do stress foi mais prevalente entre os juízes do que entre os advogados e procuradores. Os juízes também são os que mais procuram apoio psicológico e psiquiátrico, refletindo uma necessidade de lidar com as pressões da carreira.
No entanto, os advogados e procuradores demonstraram índices menores de consumo de bebidas alcoólicas e de substâncias ilícitas, com nenhum dos 66 procuradores a admitir o uso de drogas.
Para os investigadores, esses resultados são alarmantes, destacando a fragilidade do sistema de justiça em relação à saúde mental e ao bem-estar profissional dos seus membros.
Estudos futuros poderão explorar medidas para mitigar o stress ocupacional e promover um ambiente de trabalho mais saudável no setor da justiça em Portugal.
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