[...]
Mas qual perdão?
Acham mesmo que neste momento uma criança não foi aliciada ontem, está a sê-lo hoje e não irá sê-lo amanhã?
A hipocrisia disto tudo é mesmo essa. É que a Igreja Católica irá continuar a manter as suas práticas, quando o silêncio se instalar, e onde as pessoas não passam da apatia para a ação dos atos e continuam a agarrar-se nos seus maus momentos ‘aos homens de fé’, sejam eles assassinos, sejam eles violadores, sejam eles pedófilos. E portanto, isto será apenas mais um escândalo da nossa sociedade, que passará tão rápido como os pingos da chuva, tão rápido quando o líder supremo da igreja católica puser os pés em solo português e todos estiverem ansiosos num estado ironicamente laico, para lhe apertar a mão.
Somos nós também culpados da falta de coragem das nossas atitudes. Da continuação das nossas práticas. E da nossa permanente apatia, perante o pior crime da humanidade.
Nunca na vida hei de pôr os meus pés numa igreja e da minha parte nunca vão ter o meu perdão. Não existe perdão para quem comete este tipo de crimes e pior para quem continuará a comete-los.
Deixo-vos com este testemunho de uma das vítimas obtido pela comissão : «Estiveste bem, Deus está orgulhoso de ti. Gostaste, ele perguntava. Eu não sabia o que responder. Se me sentia melhor. Que Deus me amava mais do que qualquer uma ali no colégio. Dizia que eu era especial».
Nem com 1000 anos de perdão, nem com qualquer tipo de conversa ou tipo de manipulação e é com orgulho que digo: Ao contrário do que os católicos dizem nem Deus vos perdoará!
@ J. SOL | Francisca de Magalhães Barros